Borobudur ou Barabudur (em indonésio: Candi Borobudur é um templo budista maaiana situado na ilha de Java, Indonésia, no kabupaten (regência) de Magelang, Java Central. O edifício é frequentemente apontado como o maior templo budista e um dos mais importantes monumentos budistas do mundo. Desde 1991 que o sítio designado Conjunto de Borobudur, do qual fazem também parte os templos vizinhos de Mendut e Pawon, está inscrito na lista do Património Mundial da UNESCO.

O templo é constituído por nove plataformas sobrepostas, seis quadradas e três circulares, sobre as quais se ergue uma abóbada central. O edifício é decorado com 2 672 painéis em relevo e 504 estátuas de Buda. A abóbada central está rodeada por 72 estátuas, cada uma delas sentada numa estupa perfurada.

Construído no século IX d.C., durante o reinado da Dinastia Sailendra, o templo é de estilo budista javanês, o qual mistura elementos d...Ler mais

Borobudur ou Barabudur (em indonésio: Candi Borobudur é um templo budista maaiana situado na ilha de Java, Indonésia, no kabupaten (regência) de Magelang, Java Central. O edifício é frequentemente apontado como o maior templo budista e um dos mais importantes monumentos budistas do mundo. Desde 1991 que o sítio designado Conjunto de Borobudur, do qual fazem também parte os templos vizinhos de Mendut e Pawon, está inscrito na lista do Património Mundial da UNESCO.

O templo é constituído por nove plataformas sobrepostas, seis quadradas e três circulares, sobre as quais se ergue uma abóbada central. O edifício é decorado com 2 672 painéis em relevo e 504 estátuas de Buda. A abóbada central está rodeada por 72 estátuas, cada uma delas sentada numa estupa perfurada.

Construído no século IX d.C., durante o reinado da Dinastia Sailendra, o templo é de estilo budista javanês, o qual mistura elementos do culto indígena dos antepassados com o conceito budista do nirvana, apresentando também influências da arte do Império Gupta, que reflete as influências indianas na região. No entanto, há muitos aspetos na arquitetura do edifício e nas cenas representadas nos relevos que tornam Borobudur distintamente indonésio. O monumento é um santuário dedicado a Buda e um local de peregrinação budista. O caminho de peregrinação tem início na base do templo e segue em volta dele, subindo até ao cimo através dos três níveis simbólicos da cosmologia budista: o Kamadhatu ("mundo do desejo"), o Rupajhana ("mundo das formas") e o Arupajhana ("mundo sem formas"). O monumento guia os peregrinos através de um extenso sistema de escadarias e corredores com 1 460 painéis narrativos em relevo nas paredes e nas balaustradas. Borobudur possui o maior e mais completo conjunto de relevos budistas do mundo.

Há evidências que sugerem que Borobudur foi construído no século IX e abandonado no século XIV, na sequência do declínio dos reinos hindus de Java e da conversão dos javaneses ao islão. O templo tornou-se conhecido mundialmente a partir de 1814, quando Thomas Stamford Raffles, então o governador britânico de Java, foi informado da sua existência por nativos. Desde então o monumento passou por várias restaurações, o maior delas levada a cabo entre 1975 e 1982 pelo governo da Indonésia e pela UNESCO.

O templo ainda é usado como local de peregrinação. Uma vez por ano, os budistas da Indonésia celebram em Borobudur o Vesak, um importante festival que comemora o nascimento de Sidarta Gautama. O monumento é a atração turística mais visitada da Indonésia.

Construção  Pintura de G. B. Hooijer (ca. 1916–1919) representando Borobudur durante o seu apogeu

Não há quaisquer registos escritos sobre quem construiu Borobudur ou sobre as motivações para a construção. A data da construção foi estimada pela comparação entre os relevos esculpidos das fundações do templo e as inscrições de éditos reais dos séculos VIII e IX. O templo foi provavelmente fundado c. 800,[1] o que corresponde ao período de apogeu (760–830) da Dinastia Sailendra no Reino de Mataram de Java Central,[2] quando este estava sob a influência do Império Serivijaia. Estima-se que a construção terá durado 7 anos e foi finalizada durante o reinado de Samaratungga em 825.[3][4]

Há alguma confusão entre os governantes hindus e budistas de Java dessa altura. Os Sailendras eram conhecidos como seguidores fervorosos do budismo, mas inscrições de pedra encontradas em Sojomerto sugere que podem ter sido hindus.[4] Foi durante essa época que foram construídos numerosos monumentos budistas e hindus nas planícies e montanhas em redor da área de Kedu. Os monumentos budistas, nomeadamente Borobudur, foram construídos aproximadamente no mesmo período que o complexo hindu xivaíta de Prambanan, situado cerca de 50 km a leste de Borobudur. Em 732, o rei xivaíta Sanjaya de Mataram mandou construir um santuário Shivalinga no monte Wukir, 10 km a leste de Borobudur.[5]

 Fotografia anónima de Borodbudur da segunda metade do século XIX

A construção de templos budistas nesse período, incluindo Borobudur, foi possível porque o sucessor de Sanjaya, Rakai Panangkaran concedeu aos budistas a permissão de construção desses templos. Como sinal do seu respeito pelo budismo, Panangkaran deu a aldeia de Kalasan, onde existe outro templo budista importante, à comunidade budista, conforme consta do édito de Kalasan, datado de 778.[6] Isso levou alguns arqueólogos a acreditar que nunca houve conflitos religiosos sérios em Java, já que era possível um rei hindu patrocinar o estabelecimento de um monumento budista e um rei budista fazer o mesmo em relação aos hindus.[7] Contudo, é provável que existissem então duas dinastias reais rivais em Java — a budista Sailendra e a xivaíta Sanjaya. A última derrotou a primeira numa batalha travada em 856 no planalto de Ratubaka.[8]

Acredita-se que o templo Lara Jonggrang, parte do complexo de Prambanan, foi construído pelo rei vitorioso de Sanjaya, Rakai Pikatan, como resposta a Borobudur,[8] mas há autores que sugerem que as dinastias rivais coexistiam pacificamente e que há indícios de que os Sailendra estiveram envolvidos na construção de Lara Jonggrang.[9]

Abandono  Fotografia no livro “Java, Sumatra and the other islands of the Dutch East Indies”, de Antoine Cabaton e Bernard Miall, cuja tradução em inglês foi publicada em 1914

Borobudur permaneceu escondido na selva e debaixo de cinza vulcânica durante vários séculos. Desconhecem-se as razões do seu abandono. Não se sabe quando o monumento deixou de ser usado ou quando as peregrinações budistas cessaram. Em algum momento entre 928 e 1006, o rei Mpu Sindok transferiu a capital do Reino de Mataram para Java Oriental depois de uma série de erupções vulcânicas. Não há certeza sobre a influência disso no abandono, mas vários autores apontam que o mais provável é que Borobudur tenha sido abandonado nessa altura.[10][11] O monumento é mencionado vagamente como "a viara em Budur" c. 1365 no Nagarakretagama de Mpu Prapanca.[12] Segundo uma tradição local, os templos foram desmantelados quando a população se converteu ao islão no século XV.[10]

O monumento não foi completamente esquecido, mas no folclore local a glória do passado deu lugar gradualmente a crenças supersticiosas associadas a azar e miséria. Duas crónicas javanesas (babad) do século XVIII mencionam casos de má sorte associadas a Borobudur. Segundo o Babad Tanah Jawi ("História de Java"), o monumento foi fatal para Mas Dana, um rebelde que se revoltou contra o rei de Mataram Pakubuwono I em 1709.[10] O monte "Redi Borobudur" foi cercado e os rebeldes foram derrotados e condenados à morte pelo rei. Na Babad Mataram ("História do Reino de Mataram"), o monumento é associado à má sorte do príncipe Monconagoro, herdeiro do Sultanato de Jogjacarta. Apesar das visitas a Borobudur serem tabu, o príncipe levou "o cavaleiro que estava preso numa jaula" (uma estátua numa das estupas perfuradas) e quando regressou ao seu palácio adoeceu, morrendo um dia depois, em 1757.[13]

Redescoberta  A estupa do cimo do templo em meados do século XIX, com uma varanda de madeira instalada por cima Fotografia de 1890–1891 de parte do painel de relevos nº 147 da "fundação escondida" do templo

A seguir à invasão britânica, Java ficou sob administração britânica entre 1811 e 1816. O governador nomeado foi Thomas Stamford Raffles, que se interessou vivamente pela história da ilha. Colecionou antiguidades javanesas e tomou notas, através de contactos com os locais durante a volta que fez à ilha. Quando esteve em Semarang em 1814, Raffles foi informado da existência de um grande monumento nas profundezas da selva perto da aldeia de Bumisegoro.[13] Não tendo logrado descobrir o monumento, o governador mandou H.C. Cornelius, um engenheiro holandês investigar a sua localização. Durante dois meses, Cornelius e um grupo de 200 homens cortaram árvores, deitaram fogo a vegetação e escavaram a terra para revelar o monumento. Devido ao risco de colapso, não pôde desenterrar todas as galerias. Reportou as suas descobertas a Raffles, incluindo vários desenhos no relatório. Apesar da descoberta de Borobudur ter sido descrita por Raffles em apenas algumas frases, o governador britânico é apontado como o responsável pela recuperação do monumento e é a ele que se deve a atenção mundial que ele recebeu.[14]

Hartmann, um administrador colonial holandês da região de Kedu, deu seguimento aos trabalhos de Cornelius e em 1835 todo o complexo foi finalmente desenterrado. O interesse de Hartmann era mais pessoal do que oficial. Não escreveu quaisquer relatórios das suas atividades, nem sequer da alegada descoberta de uma grande estátua de Buda na estupa principal. Hartmann investigou a abóbada central, mas desconhece-se o que lá descobriu e a estupa principal ainda hoje está vazia.[15]

Posteriormente, o governo das Índias Orientais Holandesas encarregou de estudar o monumento F.C. Wilsen, um oficial de engenharia holandês. Wilsen desenhou centenas de esboços de relevos. J.F.G. Brumund também foi encarregado de fazer um estudo detalhado do monumento, que terminou em 1859. O governo pretendia publicar um artigo baseado no estudo de Brumund que incluía os desenhos de Wilsen, mas Brumund recusou-se a cooperar. O governo nomeou então outro académico, C. Leemans, que compilou uma monografia baseada nos trabalhos de Brumund e de Wilsen. A primeira monografia com um estudo detalhado de Borobudur foi publicada em 1873, a qual foi traduzida para francês um ano depois.[15] A primeira fotografia do monumento foi tirada em 1872 pelo gravador holandês-flamengo Isidore van Kinsbergen.[16]

Lentamente, o sítio foi-se tornando conhecido. Durante algum tempo foi usado para recolher recordações, sendo também uma fonte de rendimento para ladrões. Em 1882, o inspetor-chefe dos bens culturais das Índias Orientais Holandesas recomendou que Borobudur fosse demolido e que os relevos fossem transferidos para museus devido às condições instáveis do monumento. O governo encarregou então o arqueólogo Groenveldt de realizar um estudo aprofundado do sítio e avaliar as reais condições do complexo. No seu estudo, Groenveldt concluiu que os receios de colapso eram injustificados e recomendou que o monumento fosse conservado intacto.[16]

Devido à caça de "recordações", parte das esculturas foram pilhadas. Algumas dessas pilhagens foram feitas com o consentimento do governo colonial. Em 1896, o rei do Sião (atual Tailândia) Chulalongkorn visitou Java e foi autorizado a levar de Borobudur quatro carroças carregadas de esculturas. Estas incluíam trinta peças retiradas de painéis de relevos, cinco estátuas de Buda, dois leões, uma gárgula, vários motivos kala das escadarias e portões, além de uma imagem de um dvarapala (guardião). Vários destas peças, nomeadamente os leões, a kala, uma makara e bicas de água gigantes estão atualmente em exposição na sala de arte javanesa do Museu Nacional de Banguecoque.[17]

Restauro  O templo depois do restauro de Theodor van Erp terminado em 1911, onde se pode ver o o pináculo chatra que depois foi removido O chamado "Buda Inacabado", no Museu Karmawibhangga. Atrás dele encontra-se a chatra removida do cimo do templo

Borobudur atraiu ainda mais a atenção do mundo em 1885 quando Yzerman, o presidente da Sociedade Arqueológica em Jogjacarta, descobriu as chamadas "fundações escondidas".[18] Em 1890–1891 foram feitas fotografias que revelaram relevos nessas fundações. A descoberta levou o governo colonial a tomar medidas para salvaguardar o monumento. Em 1900 foi constituída uma comissão formada por três oficiais para avaliar o monumento: Brandes, um historiador de arte, Theodoor van Erp, um oficial de engenharia do exército holandês e Van de Kamer, um engenheiro civil do Departamento de Obras Públicas. Em 1902, essa comissão apresentou ao governo uma proposta de plano de recuperação que tinha três fases. Na primeira fase seriam eliminados os riscos mais prementes, através da reconstrução das esquinas, remoção das pedras que ameaçavam as partes adjacentes, reforço das primeiras balaustradas e restauro de vários nichos, arcos, estupas e abóbada principal. Na segunda fase, após rodear os pátios com muros, seriam levados a cabo trabalhos de manutenção e o sistema de drenagem deveria ser melhorado restaurando os pisos e canalizações. Na terceira fase, seriam removidas todas as pedras soltas, o monumento deveria ser limpo até às primeiras balaustradas, as pedras desfiguradas seriam retiradas e a abóbada principal seria restaurada. O custo total das obras era estimado em 48 800 florins holandeses.[19]

As obras de restauro decorreram entre 1907 e 1911, sob a direção de Theodor van Erp, seguindo os princípios da anastilose.[20] Os primeiros sete meses dos trabalhos foram ocupados com escavações das áreas em volta do monumento para encontrar as cabeças de Buda e painéis de pedra em falta. As três plataformas circulares superiores e as estupas foram desmanteladas e reconstruídas. Durante as obras, Van Erp descobriu mais coisas que poderiam ser feitas para melhorar as condições do monumento. Para tal, fez outra proposta de obras adicionais, no valor de 34 600 florins, a qual foi aprovada. À primeira vista, foi devolvida a Borobudur a sua antiga glória, mas Van Erp foi mais longe e reconstruiu cuidadosamente o pináculo em forma de chatra (sombrinha com três níveis) do cimo da estupa principal. Contudo, a chatra foi depois desmantelada por Van Erp, alegando que não havia pedras originais suficientes para a reconstrução do pináculo, pelo que o seu aspeto original era e é desconhecido. O chatra desmantelado está atualmente guardado no Museu Karmawibhangga, situado a algumas centenas de metros do templo.[21]

Devido ao orçamento limitado, o restauro dirigido por Van Erp focou-se principalmente na limpeza das escultura e os problemas de drenagem não foram resolvidos. Passados 15 anos, as paredes das galerias estavam a ceder e os relevos tinham novas rachas e sinais de deterioração. No restauro foi usado cimento do qual foram lixiviados sais alcalinos e hidróxido de cálcio que foram transportados para o resto da construção. Isso causou problemas, que levaram a que se tornasse urgente uma nova intervenção.[20]

 Selo postal indonésio de 1968 promovendo a campanha "Save Borobudur" Durante as obras de retauro de 1973 foram incorporadas canalizações de cimento e PVC para melhorar o sistema de drenagem

Foram efetuados vários restauros de pequena monta, que não foram suficientes para uma proteção completa. Durante a Segunda Guerra Mundial e a Revolução Nacional da Indonésia, não houve restauros e o monumento foi ainda mais afetado pelo clima e pelos problemas de drenagem, o que fez com que o núcleo de terra do interior do templo se expandisse, fazendo pressão sobre a estrutura de pedra e inclinando as paredes. Na década de 1950 havia partes de Borobudur em sério risco de colapso. Em 1965, a Indonésia pediu conselho à UNESCO sobre a forma de enfrentar a progressiva ruína de Borobudur e outros monumentos. Em 1968, o professor Soekmono, então à frente do Serviço Arqueológico da Indonésia, lançou a campanha "Save Borobudur", com o objetivo de organizar um projeto de restauro em larga escala.[22]

No final da década de 1960, o governo indonésio pediu ajuda à comunidade internacional para levar a cabo obras de renovação para proteger o monumento. Em 1973, foi criado uma plano para restaurar Borobudur.[23] Entre 1975 e 1982 foi levado a cabo pelo governo indonésio e pela UNESCO um grande projeto de restauro completo do monumento.[20] Durante as obras foram desmanteladas e removidas mais de um milhão de pedras, que foram colocadas de lado como se fossem um puzzle gigante, para serem individualmente identificadas, catalogadas, limpas e tratadas para serem preservadas. Borobudur tornou-se um local de testes de novas técnicas de conservação, que incluíram novos procedimentos para combater os microorganismos que atacam a pedra.[22] As fundações foram estabilizadas e todos os 1 460 painéis foram limpos. O restauro envolveu o desmantelamento das cinco plataformas quadradas e o melhoramento da drenagem através da incorporação de canais de água no monumento. O projeto colossal envolveu cerca de 600 pessoas e um custo total de quase sete milhões de dólares.[24]

Em 1991, depois da renovação ter sido concluída, a UNESCO inscreveu Borobudur na lista do Património Mundial, nos critérios i ("representar uma obra-prima do génio criativo humano"), ii ("mostrar um intercâmbio importante de valores humanos, durante um determinado tempo ou em uma área cultural do mundo, no desenvolvimento da arquitetura ou tecnologia, das artes monumentais, do planeamento urbano ou do desenho de paisagem") e vi ("estar diretamente ou tangivelmente associado a eventos ou tradições vivas, com ideias ou crenças, com trabalhos artísticos e literários de destacada importância universal").[25]

Eventos contemporâneos Cerimónias religiosas

Desde as grandes obras de restauro financiadas pela UNESCO[23] que Borobudur voltou a ser um local de culto e de peregrinação. Uma vez por ano, durante a Lua Cheia de maio ou junho, os budistas indonésios celebram o Vesak (em indonésio: Waisak), que comemora o nascimento, morte e o instante em que Sidarta Gautama alcançou o mais alto nível de sabedoria e se tornou o Buda Sakyamuni. O Vesak é um feriado nacional da Indonésia[26] e as principais cerimónias ocorrem nos três templos do chamado conjunto de Borobudur, com os fiéis percorrendo a pé o caminho entre Mendut, Pawon e Borobudur.[27]

Turismo  Celebração do festival budista Vesak em 2 de junho de 2015

Borobudur é a atração turística mais visitada da Indonésia. Em 1974 foi visitada por 260 000 turistas, dos quais 36 000 eram estrangeiros.[28] Em meados dos anos 1990, o número de visitantes tinha crescido para 2,5 milhões, dos quais 20% eram estrangeiros.[29] Contudo, o desenvolvimento turístico tem sido criticado por não ter em conta a comunidade local, o que ocasionalmente causa conflitos.[28] Em 2003, residentes e pequenos empresários locais organizaram vários encontros e protestos contra o plano do governo provincial de construir um centro comercial com três andares, chamado "Java World".[30]

O parque arqueológico de Borobudur recebeu vários prémios de turismo, como o PATA Grand Pacific Award 2004, PATA Gold Award 2011 e PATA Gold Award 2012. Em junho de 2012, Borobudur foi registado no Guinness World Records como o maior templo budista do mundo.[31][32]

Conservação  Espetáculo de dança em Borobudur durante o simpósio Trail of Civilizations, realizado em 2006

A UNESCO identificou três aspetos principais a ter em conta na conservação do monumento: vandalismo por visitantes; erosão do solo na parte sudeste; análise e restauro de elementos em falta.[33] A terra mole, os numerosos sismos e fortes chuvas originam a desestabilização da estrutura. Os sismos são, de longe, o fator mais importante, pois provocam a queda de pedras e o colapso de arcos, além de que as ondas sísmicas afetam diretamente as estruturas. A popularidade crescente do templo atrai cada vez mais visitantes, a maior parte deles da Indonésia. Não obstante os sinais de aviso existentes em todos os níveis exortando a não tocar em nada, os avisos sonoros regulares através de altifalantes e da presença de guardas, o vandalismo nos relevos e estátuas é uma ocorrência comum preocupante. Em 2009 não havia qualquer sistema para limitar o número de entradas autorizadas diariamente ou planos para que as visitas fossem obrigatoriamente guiadas.[33]

O elevado número de visitantes que usam as escadas estreitas de Borobudur tem causado grave desgaste dos degraus de pedra,[34] erodindo a superfície e tornando os degraus mais finos e mais lisos. No total, o monumento tem 2 033 degraus de pedra, espalhados pelas quatro direções cardinais. Em 2014, cerca de metade dos degraus (1 028) estavam severamente danificados.[35]

Para evitar mais danos, desde novembro de 2014 que duas das secções principais das escadarias — a oriental (ascendente) e norte (descendente) — estão cobertas por estruturas de madeira, uma medida também adotada em Angkor Wat, no Camboja, e nas pirâmides egípcias.[35] Em março de 2015, o Centro de Conservação de Borobudur propôs que os degraus fossem cobertos com borracha[36] e há ainda propostas para que os visitantes passem a usar sandálias especiais.[37]

Erupções do monte Merapi em 2010  Vista do nascer do sol desde o templo. Ao fundo, ao centro, avista-se o vulcão fumegante Merapi.

Borobudur foi gravemente afetado em outubro e novembro de 2010 pelas erupções do monte Merapi, situado aproximadamente 28 km a sudoeste-oeste do monumento. Durante a erupção de 3 a 5 de novembro, as estátuas do templo ficaram cobertas por uma camada de cinza vulcânica que chegou a ter 2,5 cm de espessura.[38] A cinza matou também a vegetação vizinha e os especialistas recearam que a cinza ácida provocasse danos ao edifício. O complexo foi encerrado ao público entre 5 e 9 de novembro para limpar a cinza.[39][40]

 Mapa de estradas da região entre Jogjacarta e Borobudur, com a localização do monte Merapi

A UNESCO doou três milhões de dólares para cobrir parte dos custos de reabilitação de Borobudur depois das erupções.[41] Mais de 55 000 blocos de pedra da estrutura do templo foram desmantelados para reparar o sistema de drenagem, o qual foi entupido por lama depois da chuva.[42]

Em janeiro de 2012, o monumento foi estudado por dois especialistas alemães em conservação de construções em pedra, que fizeram recomendações sobre a conservação a longo prazo.[43] Em junho, a Alemanha doou 130 000 dólares à UNESCO para a segunda fase da reabilitação, a qual incluiu a colaboração de seis especialistas em conservação de pedra, microbiologia, engenharia estrutural e engenharia química, que deram formação ao pessoal do governo indonésio e a jovens especialistas em conservação.[44]

Em fevereiro de 2014, várias atrações turísticas das regiões de Jogjacarta e Java Central, incluindo Borobudur, Prambanan e Ratu Boko, foram encerradas ao público após terem sido severamente afetadas pela cinza vulcânica provocada pela erupção do vulcão Kelud que começou em 13 de fevereiro com uma explosão que se ouviu em Jogjacarta, situada a 200 km de distância do vulcão. As estupas e estátuas de Borobudur foram cobertas para serem protegidas das cinzas.[45]

Ameaças à segurança

Em 21 de janeiro de 1985, nove estupas foram severamente danificadas por um atentado terrorista à bomba.[46][47] No ano seguinte, dois membros do grupo extremista islâmico responsável pelo atentado foram condenados a 20 anos de prisão e um terceiro a 13 anos. Em 1991, um pregador muçulmano cego Husein Ali al Habsyie, foi condenado a prisão perpétua por ter organizado uma série de atentados bombistas na década de 1980, incluindo o de Borobudur.[48]

Em maio de 2006, Borobudur não foi afetado pelo um sismo de 6,2 de magnitude que atingiu a costa sul de Java Central, causando graves danos na região e mortos na cidade de Jogjacarta.[49]

Em agosto de 2014, as forças de segurança indonésias apertaram a segurança em Borobudur e às suas vizinhanças como precaução a uma ameaça publicada nos meios de comunicação social pelo auto-proclamado ramo indonésio do Daexe, segundo a qual os terroristas tinham planos para destruir Borobudur e outros locais da Indonésia com estátuas, consideradas idólatras segundo as interpretações mais radicais do islão. O reforço das medidas de segurança incluíram a reparação e ampliação do sistema de videovigilância e patrulhamento noturno no interior e em volta do complexo.[50]

Soekmono 1976, p. 9. Miksic 1990. Munoz 2016, p. 143. a b Dumarçay 1991. Meulen 1977. Meulen 1979. Soekmono 1976, p. 10. a b Hall 1956. Jordaan 1993. a b c Erro de citação: Etiqueta <ref> inválida; não foi fornecido texto para as refs de nome soek4 Erro de citação: Etiqueta <ref> inválida; não foi fornecido texto para as refs de nome murw Erro de citação: Etiqueta <ref> inválida; não foi fornecido texto para as refs de nome waca a b Soekmono 1976, p. 5. Raffles 1817. a b Soekmono 1976, p. 6. a b Soekmono 1976, p. 42. Miksic Tranchini Erro de citação: Etiqueta <ref> inválida; não foi fornecido texto para as refs de nome komp3 Soekmono 1976, p. 43. a b c Erro de citação: Etiqueta <ref> inválida; não foi fornecido texto para as refs de nome unesc4 Soekmono 1976, pp. 43–44. a b Erro de citação: Etiqueta <ref> inválida; não foi fornecido texto para as refs de nome pbs1 a b Erro de citação: Etiqueta <ref> inválida; não foi fornecido texto para as refs de nome vout73 Erro de citação: Etiqueta <ref> inválida; não foi fornecido texto para as refs de nome unesc5 Erro de citação: Etiqueta <ref> inválida; não foi fornecido texto para as refs de nome unesc1 Erro de citação: Etiqueta <ref> inválida; não foi fornecido texto para as refs de nome vais856 Erro de citação: Etiqueta <ref> inválida; não foi fornecido texto para as refs de nome walub2 a b Erro de citação: Etiqueta <ref> inválida; não foi fornecido texto para as refs de nome hamp Erro de citação: Etiqueta <ref> inválida; não foi fornecido texto para as refs de nome sed Erro de citação: Etiqueta <ref> inválida; não foi fornecido texto para as refs de nome time1 Erro de citação: Etiqueta <ref> inválida; não foi fornecido texto para as refs de nome guin Erro de citação: Etiqueta <ref> inválida; não foi fornecido texto para as refs de nome ant1 a b Erro de citação: Etiqueta <ref> inválida; não foi fornecido texto para as refs de nome unesc2 Erro de citação: Etiqueta <ref> inválida; não foi fornecido texto para as refs de nome ngi1 a b Erro de citação: Etiqueta <ref> inválida; não foi fornecido texto para as refs de nome komp1 Erro de citação: Etiqueta <ref> inválida; não foi fornecido texto para as refs de nome komp2 Erro de citação: Etiqueta <ref> inválida; não foi fornecido texto para as refs de nome tribn1 Erro de citação: Etiqueta <ref> inválida; não foi fornecido texto para as refs de nome ant2 Erro de citação: Etiqueta <ref> inválida; não foi fornecido texto para as refs de nome jkg1 Erro de citação: Etiqueta <ref> inválida; não foi fornecido texto para as refs de nome tribn2 Erro de citação: Etiqueta <ref> inválida; não foi fornecido texto para as refs de nome jkp1 Erro de citação: Etiqueta <ref> inválida; não foi fornecido texto para as refs de nome jkp2 Erro de citação: Etiqueta <ref> inválida; não foi fornecido texto para as refs de nome unesc3 Erro de citação: Etiqueta <ref> inválida; não foi fornecido texto para as refs de nome jkg2 Erro de citação: Etiqueta <ref> inválida; não foi fornecido texto para as refs de nome jkg3 Erro de citação: Etiqueta <ref> inválida; não foi fornecido texto para as refs de nome mh1 Erro de citação: Etiqueta <ref> inválida; não foi fornecido texto para as refs de nome tp1 Crouch 2002. Erro de citação: Etiqueta <ref> inválida; não foi fornecido texto para as refs de nome smh1 Erro de citação: Etiqueta <ref> inválida; não foi fornecido texto para as refs de nome ngi2
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