Absis central de Sant Climent de Taüll

( Abside de Sant Climent de Taüll )

A abside de Sant Climent de Taüll é uma pintura românica pertencente ao conjunto da decoração mural da Igreja de Sant Climent de Taüll no Vale de Bohí, onde se encontra a maior concentração de arte românica de toda a Europa, com uma igreja por casa 25 km². Atualmente está exposta no Museu Nacional de Arte da Catalunha.

Esta é uma das obras mestras do românico europeu. A sua genialidade reside na combinação de elementos diferentes de visões bíblicas – as do Apocalipse, Isaías e Ezequiel – na apresentação de Cristo no Juízo Final. Este aparece em fundo provocando um movimento centrifugo na composição, na que domina o sentido ornamental dos perfis e na habilidade da utilização da cor para dar volume. Pela sua excepcionalidade e força pictórica, a obra do Mestre de Taüll projetou-se na modernidade e fascinou artistas da vanguarda do século XX, como Picasso ou Francis Picabia.

 Igreja de Sant Climent de Taüll.

A Igreja de Sant Climent de Taüll foi consagrada por Ramon de Roda, o bispo de Rodaen no ano de 1123, na altura pintada numa das colunas da nave na qual se associa a criação da pintura mural da abside central.

 

Segundo Joan Ainaud de Lasarte, associa-se a consagração da igreja com a reconquista definitiva de Barbastro e Zaragoza, e outros núcleos como Tudela, Daroca e Calatayud. Segundo esta teoria, o rei de Aragão, Afonso o Batalhador, recompensou economicamente os exércitos não aragoneses que participaram na reconquista de estes territórios, entre os quais se encontravam personagens catalãs como o conde de Pallars e a família Erill, sob o domínio feudal da que esteve o Vale de bohí e família com que o bispo Ramón de Roda mantinha uma estreita relação. Deste modo, as pinturas murais de Sant Climent de Taüll poderão ter sido conseqüência destes favores.

Com o passar do tempo, as pinturas românicas estiveram escondidas atrás de retablos, foram caiadas ou perdidas para sempre, até que em princípios do século XIX, com o regresso sobre o conhecimento do obscurantismo por um lado, e pela vontade de recuperação da cultura catalã com o renascimento pelo outro, recuperou-se a sua importância.[1]

Redescobrimento

Em 1907, o Instituto de Estudos Catalães levou a cabo uma expedição a Sant Climent de Taüll, que acabou com a publicação do trabalho resultante, com o objetivo de dar a conhecer a obra. Anos depois, em 1915, alertou-se sobre o interesse em comprar pintura mural dos Pirenéus catalães que os colecionadores americanos mostravam – como exemplo Hearst ou John Davison Rockefeller – e da usurpação a que estavam submetidas as obras. Além disso, há que ter em conta que alguns párocos tiveram por hábito vender algumas peças para colecionadores e museus.[1][2]

Transladação e Exposição

Perante esta situação e atendendo aos princípios de difusão e preservação do patrimônio catalão criou-se a Junta de Museus da Catalunha e realizou-se, entre 1919 e 1923, a primeira campanha de arranque e transporte da pintura mural dos Pirenéus, entre as quais se encontrava o conjunto de Sant Climent de Taüll. A abside central encontrava-se coberta em grande parte por um retablo gótico, como o demonstra a primeira fotografia realizada em 1904 por Domènech i Montaner.

A técnica de arrancar as pinturas, chamada de strappo, foi introduzida na Catalunha pelo restaurador italiano Franco Steffanoni, contratado para a campanha de salvamento das pinturas murais de Taüll. Consiste no desprendimento da capa pictórica sem argamassa. Sobre a superfície pictórica limpa aplicam-se duas capas de telas de algodão com uma cola orgânica a quente. Uma vez seca, a cola agarra a superfície, arrancando a capa pictórica da pintura.[1]

Uma vez arrancadas as telas enrolam-se e embalam-se em caixas de madeira. As pinturas murais de Taüll foram transportadas com mulas até Puebla de Segur, para depois serem transportadas por comboio e camioneta até Barcelona[1] onde ficaram sob a custódia pelo então Museu de Arte da Catalunha, com sede no parque da Cidadela. Posteriormente, em 1934 foram transladadas para o Palácio nacional, atual sede do Museu Nacional de Arte da Catalunha.

Guerra Civil

Devido à guerra civil espanhola e perante o perigo de sofrer um bombardeamento, as obras foram de novo transladadas juntamente com algumas absides românicas para Olot e para outras pequenas povoações como, por exemplo, Dàrnius.

Como motivo da Exposição Internacional de 1937 em Paris, organizou-se uma exposição para denunciar a situação política do país. Sob o título L’art catalan Du Xe au XVe siécle, expuseram-se muitas das obras do museu e entre elas a abside de Sant Climent, desde 18 de Março a 10 de Abril de 1937, no Jeu de Paume de Paris. Posteriormente também se expuseram em Maisons-Laffitte até 20 de Maio. Joaquim M. Folch i Torres, então diretor do museu, fez uma nova proposta de exposição das absides românicas, que então já constituíam uma parte muito importante das obras do museu. Criaram-se uns falsos marcos arquitetônicos que evocavam o original das igrejas. Uma vez terminada a guerra, a coleção voltou ao Palácio em 1940, e reinauguraram-se as salas de arte românica em 12 de junho de 1942, sob a direção de Xavier de Salas.

Reprodução no seu lugar de origem

Inicialmente, não se implementou a reprodução da pintura mural de Sant Climent de Taüll na igreja de origem. Contudo, devido ao crescente reconhecimento de que foi alvo a igreja e pelas numerosas visitas que recebia desde a recuperação das pinturas, em 1959 encarregou-se a sua réplica a Ramon Millet. O artista, que trabalhou durante dois anos, criou uma réplica de inferior dimensão em relação ao original. Durante os anos de 2000 e 2001 foram descobertos alguns novos fragmentos de pinturas murais, que se conservam in situ, dentro da igreja de Sant Climent de Taüll.

a b c d Erro de citação: Etiqueta <ref> inválida; não foi fornecido texto para as refs de nome rtve Estamariu «7. L'art exiliat del Pirineu»
Fotografias por:
Statistics: Position
380
Statistics: Rank
212368

Adicionar novo comentário

Esta questão é para testar se você é um visitante humano ou não a fim de prevenir submissões automáticas de spam.

Segurança
478231659Clique/toque nesta sequência: 4178

Google street view

Onde você pode dormir perto Abside de Sant Climent de Taüll ?

Booking.com
491.059 visitas no total, 9.210 Pontos de interesse, 405 Destinos, 65 visitas hoje.