A Krämerbrücke (em português: ponte dos mercadores) é uma ponte em arco medieval na cidade alemã de Erfurt, na Turíngia, composta por lojas e casas em enxaimel dos dois lados de uma rua de paralelepípedos. É uma das poucas pontes no mundo inteiro com construções habitadas. Essa ponte tem sido continuamente habitada por mais de 500 anos, mais que qualquer outra ponte na Europa. A ponte de pedra, pedestrianizada, datada de 1325, é uma das mais antigas estruturas em Erfurt. Liga o Breitstrom, um braço do rio Gera e conecta duas praças - Benediktsplatz e Wenigemarkt.
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A ponte fazia parte da Via Regia, um conjunto de caminhos medievais usado por mercadores e peregrinos, que ligava Roma ao Mar Báltico e Moscou] a Santiago de Compostela, no noroeste da Espanha. A Krämerbrücke situa-se na rota do rio Reno à Silésia.[1]. É uma das principais rotas do Caminho de Santiago. Erfurt situava-se numa das principais encruzilhadas da Via Regia e assim tornou-se um importante centro de comércio na Idade Média, fazendo parte da Liga Hanseática.[2]
Uma ponte de madeira foi construída em algum momento entre os séculos VIII e XI.[3], depreendido pela menção em 1117 a um incêndio que a destruiu.[4] O primeiro relato escrito a uma “pons rerum venalium”, i.e. "uma ponte de mercadores", nesse lugar data de 1156.[5] Mercadores e comerciantes já haviam instalado lojas dos dois lados dap onte nessa época. O nome Krämerbrücke, que significa "ponte dos mercadores", está em uso comum pelo menos desde 1510.[6]
Houve incêndios na ponte de madeira em 1175, 1178, 1213, 1222, 1245, 1265 e 1293. A ideia de construir uma ponte de pedra foi posta em discussão após o incêndio de 1265 e em 1293 a administração municipal adquiriu todos os direitos sobre a ponte dos monastérios, que negociavam bens na ponte. Entretanto, a ponte de pedra somente foi concluída em 1325.[5][4].
Pelos primeiros 100 anos após a construção da ponte de pedra, principalmente a produção local era vendida em suas loja. Havia vários monastérios importantes em Erfurt, incluindo o de Santo Agostinho, no qual Martinho Lutero mais tarde veio a se tornar monge; o dominicano, no qual o místico Meister Eckhart (c. 1260 - 1328) foi líder e o beneditino de São Pedro e São Paul que se situava onde hoje fica a cidadela de Petersberg. Havia lojas na ponte que vendiam "Apoteki", tais como ervas medicinais para curas e uso culinário, vinho e vegetais.[5]
Posteriormente, bens como papel, objetos de ourivesaria, seda, temperos, perfumes orientais e incenso vinham de lugares a até 7000 quilômetros eram vendidos na ponte, e corante azul produzido localmente, bem muito valorizado na época e que deu fama a Erfurt, era vendido a mercadores que o negociavam em toda a Europa.[5][7]
Durante os Séculos XVI e XVII, após a construção das atuais casas de enxaimel, comerciantes tais como fabricantes de brinquedos, peleiros e de passementerie, assim como tingidores de couro começaram a operar lojas na ponte.[6] Em 1624 o conselho deu autorização para músicos de rua tocarem na ponte e em suas adjacências, com flautas, violinos, trompetes, etc. Músicos de rua ainda tocam na ponte hoje: tanto a música tradicional quanto a contemporânea fazem parte da já tradicional Krämerbrückenfest.[5]
Séculos XIX e XXA igreja de São Bento, na cabeceira oeste da ponte, foi vendida em 1807, e com exceção de sua torre, foi demolida em 1810, com o objetivo de ser substituída por uma nova edificação. Em 1895 a torre também foi demolida para dar espaço para a construção da Rathausbrücke (a ponte da prefeitura), que cruza o rio paralelamente à Krämerbrücke no seu lado sul. Durante o planejamento para a construção da Rathausbrücke, chegou-se a aventar a ideia de demolir completamente a Krämerbrücke.[4] Em 1945, as casas de números 11 a 14 foram atingidas em um bombardeio aéreo dos Aliados, com a casa de número 12 tendo sido completamente destruída. As casas foram reconstruídas em 1954.[8] Uma restauração extensiva de toda a estrutura da ponte, inclusive os arcos de pedra foi realizada pelo governo alemão-oriental entre 1985 e 1986.[8] Desde então, veículos até 11 toneladas podem circular na ponte, ainda que esta tenha sido pedestrianizada, com autorização de circulação apenas para veículos de entrega e manutenção em horários restritos. Desde 1990 a ponte tem estado sob manutenção contínua. Mais de um milhão de euros foram gastos na ponte.[8]
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