Γραμβούσα Χανίων
( Grambússa )Grambússa ou Gramvússa (em grego: Γραμβούσ(σ)α), também designada ou Grampousa (Γραμπούσα), Acra, Cavo Buso, Cavo Bouza, Garabusa e Grabusa, é o nome duma aldeia, península e dois ilhéus ao largo da costa noroeste da ilha de Creta, Grécia, na unidade regional de Chania e município de Císsamos. A aldeia de Grambússa situa-se ligeiramente a sul da península, no interior de Creta, 5 km a sudoeste do porto de Císsamos e a 7 desta última.
O forte de Imeri Grambússa foi construído em 1579 durante o domínio veneziano em Creta (Ducado de Cândia) para defender a ilha dos turcos otomanos. Quando Creta foi rendida aos otomanos pelos venezianos pelo tratado de 16 de setembro de 1669, Grambússa foi mantida por Veneza, juntamente com as fortalezas dos ilhéus de Suda e Espinalonga.[1] Essas três fortalezas defendiam as rotas comerciais venezianas e eram bases estratégicas para a eventualidade de uma nova guerra otomano-veneziana em Creta.[2]
A 6 de dezembro de 1691, durante a Guerra da Moreia (outra guerra otomano-veneziana), o capitão napolitano Giocca[carece de fontes] traiu os venezianos entregando Grambússa aos turcos em troca de um generoso suborno. Viveu o resto dos seus dias em Constantinopla e ficou conhecido pela alcunha "Capitão Grambusas".[2] Pouco depois do início do domínio otomano, rebeldes cretenses começaram a usar as três fortalezas costeiras como ponto de reunião.[3]
Guerra de independência gregaCom o estalar da guerra de independência da Grécia, o forte caiu nas mãos dos insurgentes. Em 1823, Emmanouil Tombazis, o comissário do governo provisório para Creta, fracassou em reforçar as defesas em Grambússa quando houve oportunidade para tal, pouco depois da sua chegada à ilha.[4]
![](http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/e/e0/Balos_32.jpg/282px-Balos_32.jpg)
No fim do verão de 1825, um corpo de três ou quatro centenas de cretenses, que tinham combatido com outros gregos no Peloponeso, foram para Creta. Em 9 de agosto de 1825, este grupo de cretenses, comandado por Dimitrios Kallergis e Emmanouil Antoniadis, e disfarçados de turcos, capturaram o forte em Grambússa, que se tornou a sua base. Esta e outras ações revitalizaram a insurgência cretense, dando origem ao chamado "período Grambússa".[5]
Apesar dos otomanos não terem conseguido retomar o forte, lograram impedir o alastramento da revolta às províncias orientais de Creta. Os rebeldes foram cercados em Grambússa por mais de dois anos e tiveram que recorrer à pirataria para sobreviverem. Grambússa tornou-se um ninho de pirataria cuja atividade afetou gravemente as relações turco-egípcias e a navegação europeia na região. Durante aquele período, a população organizou-se e foi construída uma escola[6] e uma igreja. Esta foi batizada Panágia e Cleftrina (Panagia i Kleftrina) e dedicada às esposas dos cléftes (em grego: κλέφτης; romaniz.:kléphtēs) (nome dado aos rebeldes gregos), nomeadamente aos piratas.[7]
Em 1828, o novo governante da Grécia, Ioánnis Kapodístrias, enviou Alexander Mavrocordatos com navios de guerra britânicos e franceses para lidar com os piratas. A expedição resultou a destruição de todos os navios dos piratas de Grambússa e a fortaleza ficou sob controlo britânico. Em 5 de janeiro de 1828, por ordem de Kapodístrias, Hatzimichalis Dalianis desembarcou em Grambússa com 700 homens.[8]
Durante a revolta cretense de 1878, apenas os fortes de Grambússa, Ierápetra, Espinalonga, Heraclião, Retimno, Izedim (perto de Kalives), Chania, e Císsamos escaparam a ser capturados pelos rebeldes porque estes não dispunham da artilharia necessária.[9]
![](http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/8/87/Beach_of_Balos_and_Gramvoussa_%28Panorama%29.jpg/980px-Beach_of_Balos_and_Gramvoussa_%28Panorama%29.jpg)
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