Pérgamo (em grego: Πέργαμος; romaniz.:Pérgamos), também conhecida por Bergama foi uma antiga cidade grega rica e poderosa na Eólia. Está localizada a 26 quilômetros da costa do mar Egeu, em um promontório no lado norte do rio Caicos (atual Bakırçay) e a noroeste da moderna cidade de Bergama (está no território da Turquia.

Durante o período helenístico, tornou-se a capital do Reino de Pérgamo sob a Dinastia atálida em 281−133 a.C., que a transformou em um dos principais centros culturais do mundo grego. Muitos restos de seus impressionantes monumentos ainda podem ser vistos, em especial a notável obra-prima que é o Altar de Pérgamo. Pérgamo é citada no livro do Apocalipse como uma das sete igrejas da Ásia.

A cidade fica em torno de uma mesa de andesito, de 335 metros de altura, que formava sua acrópole. Esta mesa cai acentuadamente nos lados norte, oeste e leste, mas trê...Ler mais

Pérgamo (em grego: Πέργαμος; romaniz.:Pérgamos), também conhecida por Bergama foi uma antiga cidade grega rica e poderosa na Eólia. Está localizada a 26 quilômetros da costa do mar Egeu, em um promontório no lado norte do rio Caicos (atual Bakırçay) e a noroeste da moderna cidade de Bergama (está no território da Turquia.

Durante o período helenístico, tornou-se a capital do Reino de Pérgamo sob a Dinastia atálida em 281−133 a.C., que a transformou em um dos principais centros culturais do mundo grego. Muitos restos de seus impressionantes monumentos ainda podem ser vistos, em especial a notável obra-prima que é o Altar de Pérgamo. Pérgamo é citada no livro do Apocalipse como uma das sete igrejas da Ásia.

A cidade fica em torno de uma mesa de andesito, de 335 metros de altura, que formava sua acrópole. Esta mesa cai acentuadamente nos lados norte, oeste e leste, mas três terraços naturais no lado sul fornecem uma rota até o topo. A oeste da acrópole, o rio Selinus (atual Bergamaçay) flui pela cidade, enquanto o Cetius (atual Kestelçay) passa para o leste.

Período pré-helenístico

Há vestígios de povoamento em Pérgamo desde o período Arcaico, constituídos por achados arqueológicos modestos, em especial fragmentos de cerâmica importados do oeste, particularmente da Grécia Oriental e Corinto, que datam do final do século VIII a.C.[1] Habitações anteriores à idade do bronze não são possíveis de serem mostradas, embora ferramentas de pedra da idade do bronze são encontradas na área circundante.[2] A primeira menção de Pérgamo em fontes literárias vem da Anábase de Xenofonte, desde a marcha dos Dez Mil sob o comando de Xenofonte, terminando em Pérgamo em 400–399 a.C.[3] Xenofonte, que chama a cidade de Pérgamo, entregou o restante de suas tropas gregas (cerca de 5 000 homens, segundo Diodoro) a Tibron, que planejava uma expedição contra os sátrapas persas Tissafernes e Farnabazo, em março de 399 a.C. Neste momento, Pérgamo estava na posse da família Gongyles de Erétria e Xenofonte foi hospedado por sua viúva, Hellas.[4] Em 362 a.C., Orontes, sátrapa da Mísia, baseou sua revolta contra o império Persa em Pérgamo, mas foi esmagado.[5] Só com Alexandre, o Grande é que Pérgamo e os seus arredores foram retirados do controle persa. Há poucos vestígios da cidade pré-helenística, já que no período seguinte o terreno foi profundamente alterado e a construção de amplos terraços envolveu a remoção de quase todas as estruturas anteriores. Partes do templo de Atena, bem como as paredes e fundações do altar no santuário de Deméter remontam ao século IV a.C.

Período Helenístico  Imagem de Filetero em uma moeda de Eumenes I

Lisímaco, rei da Trácia, tomou posse em 301 a.C., mas logo depois que seu tenente Filetero ampliou a cidade, o reino da Trácia desmoronou em 281 a.C. e Filetero tornou-se governante independente e fundador da Dinastia atálida. Sua família governou Pérgamo de 281 a 133 a.C.: Filetero (281-263); Eumenes I (263-241); Átalo I (r. 241–197 a.C.); Eumenes II (197-159); Átalo II (159-138); Átalo III (138-133). O domínio de Filetero limitou-se à área que circunda a própria cidade, mas Eumenes I conseguiu expandi-los grandemente. Em particular, após a Batalha de Sardes em 261 a.C. contra Antíoco I, Eumenes conseguiu se apropriar da área até a costa e de algum modo para o interior. A cidade tornou-se, assim, o centro de um reino territorial, mas Eumenes não recebeu o título real. Este último passo foi dado apenas por seu sucessor, Átalo I, depois que ele derrotou os Gálatas em 238, a quem Pérgamo prestou tributo como Eumenes I.[6] Somente neste ponto surgiu um Reino Pergameno inteiramente independente, que alcançaria seu maior poder e extensão territorial em 188 a.C.

 Reino de Pérgamo, em sua maior extensão em 188 a.C. Busto em tamanho natural, provavelmente de Átalo I, do começo do reinado de Eumenes II

Os Atálidas tornaram-se alguns dos mais leais partidários de Roma no mundo helenístico. Sob Átalo I (r. 241–197 a.C.), eles se aliaram a Roma contra Filipe V da Macedônia, durante a primeira e a segunda Guerras Macedônicas. Na Guerra Romano-Selêucida contra o rei Selêucida Antíoco III, Pérgamo se juntou à coalizão dos romanos e foi recompensado com quase todos os antigos domínios selêucidas na Ásia Menor, na Paz de Apameia em 188 a.C. Eumenes II apoiou os romanos novamente, contra Perseu da Macedônia, na Terceira Guerra Macedônica mas os romanos não recompensaram Pérgamo por isso. Com base no boato de que Eumenes havia entrado em negociações com Perseu durante a guerra, os romanos tentaram substituir Eumenes II pelo futuro Átalo II, mas este recusou. Depois disso, Pérgamo perdeu seu status privilegiado com os romanos e não recebeu mais nenhum território por eles.

No entanto, sob o reinado dos irmãos Eumenes II e Átalo II, Pérgamo atingiu seu ápice e foi reconstruído em uma escala monumental. Até 188 a.C., não havia crescido significativamente desde a sua fundação por Filetero, e cobriu c. 21 hectares. Após este ano, uma enorme muralha da cidade foi construída, com 4 quilômetros de extensão e abrangendo uma área de aproximadamente 90 hectares.[7] O objetivo dos Atálidas era criar uma segunda Atenas, um centro cultural e artístico do mundo grego. Eles remodelaram a acrópole de Pérgamo conforme a Acrópole de Atenas. Documentos epigráficos sobrevivem mostrando como os Atálidas apoiaram o crescimento das cidades enviando artesãos especializados e remetendo impostos. Eles permitiram que as cidades gregas em seus domínios mantivessem a independência nominal. Eles enviaram presentes para locais culturais gregos como Delfos, Delos e Atenas. A Biblioteca de Pérgamo foi muito renomada, perdendo apenas para a Biblioteca de Alexandria. Pérgamo era também um centro florescente para a produção de pergaminho (a palavra em si, uma corrupção de pergamenos, significa "de Pérgamo"), que havia sido usada na Ásia Menor muito antes do surgimento da cidade. A história que o pergaminho foi inventado pelo Pergamenos porque os Ptolomaicos em Alexandria monopolizavam a produção de papiros não é verdade.[8] Os dois irmãos Eumenes II e Átalo II exibiram o traço mais característico dos Atálidas: um pronunciado senso de família sem rivalidade ou intriga - raro entre as dinastias helenísticas.[9] Eumenes II e Átalo II (cujo epíteto foi 'Philadelphos' - 'aquele que ama seu irmão') foram até comparados com o par de irmãos míticos, Cleobis e Bitão.[10]

 Pérgamo na província romana da Ásia, 90 a.C.

Quando Átalo III morreu sem um herdeiro em 133 a.C., ele legou toda a cidade de Pérgamo a Roma. Isso foi contestado por Aristônico, que afirmou ser irmão de Átalo III e liderou uma revolta armada contra os romanos com a ajuda de Blossio, um famoso filósofo estoico. Por um período ele teve sucesso, derrotando e matando o cônsul romano Públio Licínio Crasso e seu exército, mas ele foi derrotado em 129 a.C. pelo cônsul Marco Perperna. O reino de Pérgamo foi dividido entre Roma, Ponto e Capadócia, com a maior parte do seu território se tornando a nova província romana da Ásia. A cidade foi declarada livre e foi brevemente a capital da província, antes de ser transferida para Éfeso.

Período Romano  Mitrídates VI, busto exposto no Louvre

Em 88 a.C., Mitrídates VI fez da cidade a sede em sua primeira guerra contra Roma, na qual ele foi derrotado. O resultado dessa guerra foi uma estagnação no desenvolvimento da cidade. No final da guerra, a cidade foi destituída de todos os seus benefícios e seu status de cidade livre. Em vez disso, a cidade passou a ser obrigada a pagar tributo, acomodar e fornecer tropas romanas, e a propriedade de muitos dos habitantes foi confiscada. Os membros da aristocracia pergamena, especialmente Diodoro Pásparo nos anos 70 a.C., usaram seus próprios bens para manter boas relações com Roma, agindo como doadores para o desenvolvimento da cidade. Numerosas inscrições honoríficas indicam seu trabalho e sua posição excepcional em Pérgamo neste momento.[11]

 Províncias romanas e estados clientes na Ásia Menor em 63 a.C.

Pérgamo ainda permanecia uma cidade famosa e os luxos notáveis ​​de Lúculo incluíam mercadorias importadas da cidade, que continuavam a ser o local de um convento (assembleia regional). Sob Augusto, o primeiro culto imperial, um neocorato, a ser estabelecido na província da Ásia estava em Pérgamo. Plínio, o Velho se refere à cidade como a mais importante da província[12] e a aristocracia local continuou a atingir os mais altos círculos do poder no século I d.C., como Aulo Júlio Quadrado, que foi cônsul em 94 e 105.

No entanto, foi apenas sob o império de Trajano e seus sucessores que ocorreu um amplo redesenho e remodelação da cidade, com a construção de uma "nova cidade" romana na base da acrópole. A cidade foi a primeira na província a receber um segundo neocorato, de Trajano em 113/4 d.C. Adriano elevou a cidade ao posto de metrópole em 123 e assim elevou-a acima de seus rivais locais, Éfeso e Esmirna. Um ambicioso programa de construção foi realizado: grandes templos, um estádio, um teatro, um grande fórum e um anfiteatro foram construídos. Além disso, nos limites da cidade o santuário a Esculápio (o deus da cura) foi expandido em um spa luxuoso. Este santuário cresceu na fama e foi considerado um dos mais famosos centros terapêuticos e de cura do mundo romano. Em meados do século II, Pérgamo era uma das maiores cidades da província, juntamente com estas duas, e tinha cerca de 200 000 habitantes. Galeno, o médico mais famoso da antiguidade, depois de Hipócrates, nasceu em Pérgamo e recebeu seu treinamento inicial no Asclepeion. No início do terceiro século, Caracala concedeu à cidade um terceiro neocorato, mas o declínio já havia se estabelecido. Durante a crise do terceiro século a força econômica de Pérgamo finalmente entrou em colapso, pois a cidade foi seriamente danificada em um terremoto em 262 e foi saqueada pelos Godos pouco tempo depois. Na antiguidade tardia, experimentou uma recuperação econômica limitada.

Período bizantino

A Anatólia foi invadida pelo Império Sassânida Persa c. 620 e depois que os persas foram expulsos pelas forças bizantinas, Pérgamo foi reconstruído em escala muito menor pelo imperador Constante II. Em 663/4, Pérgamo foi capturada pela invasão dos árabes pela primeira vez. Como resultado dessa ameaça contínua, a área de assentamento se retraiu para a cidadela, que era protegida por um muro de 6 metros de espessura, construído de spolia. Não muito tempo depois, Pérgamo foi saqueado novamente pelos exércitos de Maslama ibne Abedal Maleque ibne Maruane em 716. Foi novamente reconstruída e reforçada depois que os árabes partiram para sitiar Constantinopla em 717.

Sob Leão III, Pérgamo fazia parte do tema da Trácia, antes de ser transferido para o tema de Samos sob Leão VI. Sofreu durante os ataques dos Seljúcidas no oeste da Anatólia, após a Batalha de Manziquerta em 1071, mas permaneceu uma cidade rica sob os imperadores bizantinos da dinastia comnena. Sob Isaac II, a cidade foi promovida a um arcebispado, tendo sido anteriormente uma diocese sufragânea de Éfeso. Após o saque de Constantinopla em 1204 durante a Quarta Cruzada, Pérgamo tornou-se parte do Império de Niceia.[13]

Quando o imperador Teodoro II Láscaris visitou Pérgamo em 1250, ele foi visto na casa de Galeno, mas ele viu que o teatro havia sido destruído e, exceto pelas paredes para as quais ele prestou atenção, apenas as abóbadas sobre o Selinus pareciam dignas de nota para ele. Os monumentos dos Atálidas e dos Romanos só foram saqueados por esta época. Com a expansão dos beilhiques da Anatólia, Pérgamo foi absorvido no beilhique de Karasid em 1336, e então conquistado pelo beilhique otomano em 1345. O sultão otomano Murade III mandou levar duas grandes urnas de alabastro das ruínas de Pérgamo para serem colocadas nos dois lados da nave de Santa Sofia em Istambul.[14]

SCHÄFER, Jörg. Hellenistische Keramik aus Pergamon. Pergamenische Forschungen. Vol. 2. Berlin: [s.n.] p. 14  BITTEL, Kurt (1950). Kleinasien und Byzanz. Gesammelte Aufsätze zur Altertumskunde und Kunstgeschichte. Martin Schede zu seinem sechzigsten Geburtstag am 20. Oktober 1943 im Manuskript überreicht. W. Istanbuler Forschungen. Vol. 17. Berlim: Gruyter. pp. 17–29  Xenofonte. «7.8». Anabasis. Vol. 7. [S.l.: s.n.]  Xenofonte. «8.7-8». Anabáse. Vol. 7. [S.l.: s.n.]  «8.2». Altertümer von Pergamon. [S.l.: s.n.] pp. 578–581  HERBERMANN, Charles (1913). Pergamus. Col: Catholic Encyclopedia. [S.l.]: Robert Appleton  ERRINGTON, R. Malcolm (2008). A History of the Hellenistic World: 323–30 BC. Col: Blackwell History of the Ancient World. Oxford: Blackwell Publishing. ISBN 9781444359596  GREEN, P. Alexander to Actium. The historical evolution of the Hellenistic age. [S.l.: s.n.] p. 168  ERSKINE, Andrew (2003). «"The Attalids of Pergamon" (Elizabeth Kosmetatou)». Companion to the Hellenistic World. [S.l.]: Blackwell Publishing. pp. 159–174  Polybus, cap. 22.20. «15.1». Altertümer von Pergamon. [S.l.: s.n.] pp. 114–117  Plínio. «5.126». Naturalis historia. [S.l.: s.n.]  PARRY, V. J. Bergama. Col: The Encyclopaedia of Islam. New Edition. Vol. 1. Leiden: Brill. p. 1187  E.J. Brill's first encyclopaedia of Islam, 1913–1936. [S.l.: s.n.] p. 526 
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