Ponte de D. Luís (Porto)

A Ponte D. Luís I (ou Ponte Luiz I, na grafia original nela inscrita), é uma ponte em estrutura metálica com dois tabuleiros, construída entre os anos 1881 e 1886, ligando as cidades do Porto e Vila Nova de Gaia (margem norte e sul, respetivamente) separadas pelo rio Douro, em Portugal.

Esta construção veio substituir a antiga ponte pênsil que existia no mesmo local e foi realizada mediante o projecto do engenheiro belga Théophile Seyrig, que já tinha colaborado anteriormente com Gustave Eiffel na construção da Ponte de D. Maria Pia, ferroviária.

A ponte foi inaugurada em 1886 (tabuleiro superior) e 1888 (tabuleiro inferior e entrada em total funcionamento).

A Ponte D. Luís I está classificada como Imóvel de Interesse Público desde 1982 e como Património Mundial da UNESCO desde 1996.

 Ponte Luís I: placa de mármore com inscrição

Na segunda metade do século XIX, o comércio progredia na cidade do Porto. As fábricas espalhavam-se por todo o bairro oriental da cidade, dito brasileiro. O trânsito entre Gaia e o Porto crescia a olhos vistos, e a bela Ponte Pênsil não chegava para uma circulação eficaz.

Por proposta de lei de 11 de Fevereiro de 1879, o Governo determinou a abertura de concurso para a "construção de uma ponte metálica sobre o rio Douro, no local que se julgar mais conveniente em frente da cidade do Porto, para a substituição da atual ponte pênsil", após o governo não ter aceite um projeto da firma G. Eiffel et Cie. que só contemplava um tabuleiro ao nível da ribeira, com setor levadiço na parte central. Um projeto que mereceu um Grande Prémio na Exposição Universal de Paris de 1878, mas não servia para uma eficaz ligação entre os núcleos urbanos do Porto e Gaia. Por isso aquele concurso impôs como premissa necessária à concepção de uma ponte de dois tabuleiros. Apresentaram-se numerosos concorrentes: Société de Braine Leconte,Société des Batignolles (duas soluções), G. Eiffel et Cie., Auguste LeCoq. Andrew Handyside, Société de Willebroek(duas soluções) e John Wixon. Foi vencedora a proposta da empresa belga Société de Willebroeck, com projeto do engenheiro Théophile Seyrig, que já tinha sido o autor da concepção e chefe da equipa de projeto da Ponte de D. Maria Pia. Théophile Seyrig, enquanto sócio de Gustave Eiffel, assina como único responsável a nova e grandiosa Ponte Luís I. A construção inicia-se em 1881 e a inauguração acontece a 31 de outubro de 1886.

A estrutura da nova ponte, verdadeira filigrana de ferro, que passou a ser, juntamente com a Torre dos Clérigos, o ex libris por excelência do Porto, pesava no seu conjunto 3 045 toneladas. A ponte ficou iluminada por meio de artísticos candeeiros de gás, 24 no tabuleiro superior, 8 no inferior e 8 nos encontros.

Século XXI  Detalhe da treliça da ponte A ponte Luís I e sua iluminação noturna

Desde 2005 o seu tabuleiro superior serve a Linha D do Metro do Porto e no tabuleiro inferior peões e veículos automóveis.

Em 2012, uma inspeção das Estradas de Portugal concluiu que a ponte precisava de obras de manutenção e reabilitação, nomeadamente ao nível do pavimento, juntas de dilatação, e pintura de vigas e guarda-corpos.[1] Durante o mês de agosto de 2013 deu-se uma «manutenção regular no tabuleiro superior», tendo estado a Linha Amarela do Metro do Porto encerrada entre as estações General Torres e Trindade a partir das 21:30.[2]

Em 2015 foi anunciado que iriam ser construídos dois passeios de dois metros do lado de fora do tabuleiro inferior.[3]

Os transeuntes cruzariam o rio Douro pelo passadiço mais próximo das ribeiras, enquanto as bicicletas cumpririam o percurso pela travessia a montante. A construção dos passadiços suspensos custaria cerca de 600 mil euros e necessitaria da autorização da Direção Regional da Cultura do Norte.[4] Contudo, as autoridades competentes do património levantaram fortíssimas dúvidas a esta pretensão.[5]

Em 9 de maio de 2019, o Governo autorizou a Infraestruturas de Portugal a gastar ano 800 mil euros e 1,2 milhões de euros em 2020 na reparação do tabuleiro inferior da ponte, num projeto que prevê a substituição integral da laje do tabuleiro, incluindo passeios. A isto soma-se a introdução de sistema de travamento longitudinal e o reforço dos banzos superiores das vigas, diagonais e montantes por adição de chapas de aço. Prevê-se ainda a manutenção dos aparelhos de apoio, substituição das juntas de dilatação, reparação das portas de acesso aos encontros e reabilitação dos serviços afetados. Todas as propostas apresentadas ficaram acima do valor base de dois milhões de euros. A Infraestruturas de Portugal deu início aos procedimentos legais necessários para o lançamento de um novo concurso público, que foi publicado em Diário da República no inicio do 2.º trimestre de 2020, o início aos trabalhos foi a 14 de outubro de 2021.[6] Reabriu ao trânsito em 14 de abril de 2023 mas só para transportes públicos, bicicletas e peões. O custo da obra, inicialmente estimado em 3,3 milhões de euros, acabou por ficar nos 4,2 milhões, tanto devido à intervenção mais complexa do que o esperado, mas também devido à crise das matérias-primas, ligada à guerra na Ucrânia.

A ponte deveria ficar sem circulação de carros no segundo semestre de 2025, data prevista para a inauguração da Ponte de D. António Francisco dos Santos[7].

Cronologia 1879, 11 de fevereiro - é determinada pelo governo a construção de uma ponte sobre o Douro 1880, novembro - apresentação a concurso dos projetos de construção 1881, janeiro - deliberação que escolheu um projeto da sociedade belga Société Willebreck de Bruxelas 1881, 21 de novembro - adjudicação da obra à empresa belga Société de Willebroeck 1881 - início da construção 1886, 26 de maio - efetuados testes de resistência à ponte 1886, 30 de outubro - conclusão dos trabalhos do tabuleiro superior 1886, 31 de outubro - inauguração do tabuleiro superior 1886, 1 de novembro - entra em vigor o sistema de portagens a favor da empresa adjudicatária 1888, 31 de outubro - inauguração do tabuleiro inferior, e conclusão das obras [8] 1905 - colocação de carris dos elétricos [9] 1944, 1 de janeiro - extinção do sistema de portagens 1954 - obras de reparação e remoção dos elétricos com projeto do engenheiro Edgar Cardoso 2003, 27 de Junho - encerramento ao trânsito do tabuleiro superior, para adaptação da estrutura ao metro 2005, 18 de setembro - inauguração da linha de metro e da passagem de peões no tabuleiro superior[10]
«Ninguém quer assumir obras na Ponte Luís I - JN». www.jn.pt. Consultado em 21 de setembro de 2020  “Circulação condicionada na Ponte D, Luís à noite” Metro (2013.07.29): p.4 «Ponte Luiz I terá passeios por fora do tabuleiro inferior - JN». www.jn.pt. Consultado em 21 de setembro de 2020  «Passeios para peões e ciclistas fora da ponte Luís I - JN». www.jn.pt. Consultado em 21 de setembro de 2020  «Porto e Gaia avaliam construção de nova ponte rodoviária - JN». www.jn.pt. Consultado em 21 de setembro de 2020  «Ninguém quis fazer obras na Ponte Luiz I por menos de dois milhões de euros - JN». www.jn.pt. Consultado em 21 de setembro de 2020  «Ponte de Luís I sem carros no primeiro semestre de 2025»  Erro de citação: Etiqueta <ref> inválida; não foi fornecido texto para as refs de nome TRIPEIRO Vasconcelos, António; José Manuel Lopes Cordeiro (2011). «Ex-libris do Porto faz 125 anos». O Tripeiro. 7ª série, Ano XXX (11): 328–329  Erro de citação: Etiqueta <ref> inválida; não foi fornecido texto para as refs de nome Sipa
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