Ualata (em árabe: ولاته‎‎; romaniz.:Walatah; em francês: Oualata), também conhecida como Biru nas crônicas do século XVII, é uma pequena cidade-oásis no sul da Mauritânia, situada na extremidade oriental da bacia de Aucar. Ualata foi uma relevante cidade caravaneira nos séculos XIII e XIV, tendo atuado como terminal sul duma das rotas do comércio transaariano do Sudão Ocidental, e atualmente está listada como Patrimônio Mundial.

Crê-se que Ualata foi assentada originalmente por pastores-agricultores aparentados com os soninquês que viviam ao longo dos promontórios rochosos de Tichite-Ualata e os penhascos de Tagante na Mauritânia que defrontaram a bacia de Aucar. Lá, construíram aqueles que seriam alguns dos mais antigos assentamentos em pedra do continente africano.[1] A cidade formou parte do Império do Gana e enriqueceu através do comércio. No começo do século XIII, Ualata substituiu Audagoste como principal terminal sul do comércio transaariano do Sudão Ocidental e desenvolveu-se num importante centro comercial e religioso.[2]

Por volta do século XIV, a cidade tornar-se-ia parte do Império do Mali. Como relatado pelo viajante marroquino do século XIV ibne Batuta, uma importante rota transaariana começou em Sijilmassa e passou através de Tagaza, notória por suas minas de sal, e terminou em Ualata.[3] Segundo ele os habitantes de Ualata eram muçulmanos e principalmente massufas, uma fração dos sanhajas. Ibne Batuta surpreendeu-se com o respeito e independência que as mulheres gozaram. De seu relato é possível obter uma breve descrição da cidade:

“ Minha estadia em Iualatam (Ualata) durou aproximados 50 dias; e eu fui honrado e entretido por seus habitantes. É um lugar excessivamente quente, e possui algumas pequenas tamareiras, na sombra das quais eles semeiam melancias. Sua água vem de leitos subterrâneos nesse ponto, e há muita carne de cordeiro para ser comida."[4]

Da segunda metade do século XIV Tombuctu gradualmente substituiu-a como terminal sul da rota transaariana e Ualata declinou em importância.[5][6] O diplomata viajante e autor árabe Leão Africano, que visitou a região em 1509-1510, fornece uma descrição de Ualata em seu livro Descrição da África: "Reino de Ualata: esse é um reino pequeno, e de condição medíocre comparado aos outros reinos dos negros. De fato, os únicos lugares habitados são três grandes vilas e algumas cabanas espalhadas entre palmeiras.[7]

A cidade antiga cobre uma área de aproximados 600 metros por 300 metros, parte da qual está atualmente em ruínas. Os edifícios em arenito estão revestidos com adobe e alguns estão decorados com padrões geométricos. A mesquita agora localiza-se na porção oriental da cidade, mas em períodos precedentes pode ter estado circundada por outros edifícios. O historiador francês Raymond Mauny estimou que na Idade Média a cidade poderia ter acomodado entre 2 000 e 3 000 habitantes.[8] Hoje, Ualata abriga um museu de manuscritos e é conhecida por sua arquitetura vernacular altamente decorativa. Foi feita um Patrimônio Mundial da UNESCO em 1996 junto com Uadane, Chingueti e Tichite.[9]

Referências
Holl 2009. Levtzion 1973, p. 147. Levtzion 2000, p. 282. Gibb 1929, p. 320. Levtzion 1973, p. 80, 158. Mauny 1961, p. 432. Hunwick 1999, p. 275. Mauny 1961, p. 485. UNESCO 1996.
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